Num mundo bem, bem distane - contava o senhor Xhin -, existia uma formosa princesa.
Seus olhos eram como dois diamantes azuis, o cabelo cor de mel virava cor de ouro a luz do sol. Suas formas perfeitas faziam qualquer um se auto-humilhar. Mas ela não era feliz, então de quê adiantava tudo aquilo?
Vivia mergulhada em lágrimas, tinha que segui um milhão e meio de regras. A linda princesa queria liberdade. Não aguentou tanta pressão e se suicidou. O reino perdeu a cor, não tinha mais ninguém para admirar. Então, desapareceu.
Quando senhor Xhin terminou a história, percebi que tinha ficado um minuto e meio sem piscar. Um recorde, já que sempre perdia quando ousava brincar disto.
Tentei decifrar o rosto dele, sem sucesso desisti. O senhor Xhin era um homem muito sábio, sempre contava histórias para meus amigos e para mim após a aula.
Olhei pela janela e vi que já acontecia o crepúsculo, o sol já desaparecia no horizonte. Levantei-me apressada.
- Obrigada, senhor Xhin. Foi ótimo escutá-lo novamente. Mas minha mãe já deve estar preocupada.
Ele não respondeu, mas assentiu com a cabeça. Olhei para ele e vi uma trsiteza imensa mergulhada em seus olhos. O quê acontecera?
Meu telefone tocou, como já adivinhara era a minha mãe. Estava ferrada, e já sabia.
- Estou indo mãe!
Desliguei sem ouvi a resposta. Estava mais ferrada ainda, também sabia.
Assim que cheguei em casa, meu castigo já estava consumado: uma semana inteira sem computador.
Ah, vivia sem computador antes de ter um, mesmo! Mas bem que ele fazia a maior falta.
Aquela noite - não tinha o que fazer sem computador - dormi mais cedo.
Assim que acordei, minha mãe veio em minha direção.
- Ah filha, eu sinto tanto - a vi reprimir as lágrimas. Ataque surpresa de bondade?! Pensei comigo mesma.
- Não mãe, não estou mas chateada pelo computador. Já superei isto.
- Ele morreu - me disse quase sussurando.
- Quem? - perguntei apavorada.
Minha mãe não respondeu, uma pontada de pavor me dominou, tentei me controlar, mas não deu certo. Perguntei desta vez gritando, mas não queria gritar.
- Quem?
- Descobri logo agora de manhã, o velório será a tarde, não me importo se você for. O senhor Xhin era um grande homem.
Definitivamente, minha mãe não sabia dar notícias. Muito menos as ruins.
Não fui à escola naquela manhã. Vesti meu vestido preto e, pela tarde, fui ao velório.
Senhor Xhin estava exatamente igual a tarde passada. Os cabelos grisalhos, o rosto cheio de rugas. Ele tinha tantas histórias para contar ainda. Meus olhos se encheram de lágrimas, as enxuguei rapidamente.
Não sabia o porquê da sua morte. Só que logo essa minha dúvida fora tirada.
- Senhor Xhin não aguentou relembrar a história da sua filha. Todos aquelas fantasias de 'princesas' e 'reinos' fora adicionada para dar mágica a história. Ele nunca se perdoou por não ter dado o que sua filha tanto sonhara: uma vida descente.
PS: Perceberam que eu melhorei? Haha. Eu criei tudo sozinha, e nem achei tão feio assim '-'
Beijustin, L *------------*
Beijustin, L *------------*
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